PIB cresce 0,4% e surpreende, mas retomada é lentaPublicado em 02/09/2019 Puxado pelo consumo das famílias e por investimentos, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,4% no segundo trimestre, em relação aos três primeiros meses do ano. Se comparado com o resultado do segundo trimestre de 2018, a alta é de 1%. O desempenho veio acima do esperado por analistas, que previam crescimento de 0,2%, mas ainda não é suficiente para tirar a economia da marcha lenta. Dois anos e meio após o fim da recessão, o nível da atividade econômica está 4,8% abaixo do período pré-crise. Com crescimento de 2%, o setor de construção civil interrompe 20 trimestres seguidos de perdas e foi a maior surpresa do PIB. Economistas mostraram otimismo com os números, que afastam o País da recessão técnica – quando há dois trimestres seguidos de retração – e melhoram as projeções de crescimento em 2019. Mas parte dos analistas econômicos questiona a capacidade da indústria de sustentar os bons resultados conseguidos agora.
O ritmo da economia brasileira surpreendeu no 2.º trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,4% ante o trimestre anterior, segundo dados do IBGE – acima do esperado por analistas, que previam avanço de 0,2%, na pesquisa do Projeções Broadcast. A alta em relação ao 2.º trimestre de 2018 (1,0%) foi o dobro da registrada no 1.º trimestre. A aceleração da economia foi puxada pelo consumo das famílias e dos investimentos, mas o ritmo da recuperação continua lento. Dois anos e meio após o fim da recessão, o nível da atividade ainda está 4,8% abaixo do registrado antes da crise. “Não dá para dizer que a economia vai entrar numa decolagem mais rápida, ainda falta muito para decolar”, disse o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa. A construção civil foi destaque, ao voltar a crescer após cinco anos de queda (ler mais na pág. B4). O ritmo de crescimento do 2.º trimestre foi visto com otimismo por alguns economistas por afastar o País da chamada “recessão técnica” (caracterizada por dois trimestres seguidos de retração) e também por frear o processo de revisões para baixo nas expectativas para a economia. Outros lançaram dúvidas sobre a capacidade de a indústria e os investimentos sustentarem os bons desempenhos. Para o economista-chefe e sócio da Mauá Capital, Alexandre Ázara, o crescimento do 2.º trimestre “quebrou a dinâmica pessimista” em relação às expectativas para 2020 e “estabilizou” as perspectivas para este ano. As projeções para 2019 foram revistas para cima, ainda que pouco. Pesquisa do Projeções Broadcast, após o resultado de ontem, aponta para crescimento de 0,9% em 2019, ante 0,8% no levantamento anterior. Oito de 32 instituições consultadas elevaram as estimativas. “Fomos surpreendidos. A dúvida é se os elementos que surpreenderam vão perdurar”, disse o economista-chefe da Daycoval Asset, Rafael Cardoso. “O 2.º trimestre não muda a história para este ano. Só retoma uma recuperação lenta e gradual”, reforçou Julio Cesar Barros, da Mongeral Aegon Investimentos. Em sua transmissão semanal pelo Facebook, o presidente Jair Bolsonaro comemorou. “Não sei o que será deste trimestre que já começou, mas o 0,4% é muito bem-vindo.” |
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Fonte: Fenabrave/SP